Para ser bem-sucedido, as empresas precisam de inovação, e isso exige o pensamento criativo. Jack Foster, autor de "Como Ter Novas Ideias", já dizia que as ideias são um progresso constante – e alerta que, sem elas, "a estagnação" irá imperar.
"Não houve um só momento em toda a história da humanidade que as ideias foram tão valiosas ou necessárias", escreveu no livro. "Nós vivemos em uma era tão cheia de informações que às vezes nos sentimos afogados nelas, uma era que exige um fluxo constante de novas ideias – seja para atingir seu potencial, seja para seguir seu destino."
As ideias podem surgir todos os dias mas, às vezes, escapam porque estamos sempre com pressa e não olhamos ao redor, diz Tina Seeling, autora de "Insight Out: Get Ideas Out of Your Head and Into the World". Em um curso que ministra sobre criatividade, inovação e empreendedorismo em Stanford, Seelig pede para estudantes irem a um shopping center e os força a olhar as lojas com "novos olhos".
"Montamos ali um laboratório detalhado para eles: a porta está aberta ou fechada? Qual é a fonte do nome da loja? Quanto tempo leva para alguém vir e cumprimentá-lo? Quão alto é o teto da loja? De que tipo é o piso? Qual a trilha sonora ambiente? Qual é o cheiro?" Quando você presta atenção nas pequenas coisas ao redor de você, consegue reconhecer problemas que podem se mostrar oportunidades.
Faça do banho um ritual
"Estudos na terapia de flotação (um tipo de tratamento que envolve que o paciente flutue dentro de um tanque) mostram que estudantes aumentaram seus índices de criatividade enquanto estavam em contato com a água.
Este método também foi utilizado por muitos artistas para se inspirarem", diz Paulette Kouffman Sherman, psicóloga e autora de "The Book of Sacred Baths: 52 Bathing Rituals to Revitalize Your Spirit".
Ela inclui entre eles, o romancista Dalton Trumbo, e a rainha do crime Agatha Christie. Mas se você não pode bancar uma ida ao spa ou um final de semana na praia, o chuveiro pode, sim, ser um aliado.
Kouffman Sherman explica que seu banho diário tem um ritual que envolve meditação e que a ajudou a escrever 21 livros. "Muitos especialistas em criatividade dizem que escritores precisam de uma incubação antes de escreverem, algo que os permite enxergarem além de seus próprios egos", diz.
"Banhos sagrados também te permitem fazer isso. Eu preciso deixar fluir meu ego, preocupações, bloqueios e entender o propósito maior daquilo que quero dizer."
Trabalhar em um café
Pesquisadores da British Columbia realizaram uma série de experimentos em três ambientes diferentes para constatar – e medir – de que forma o barulho impacta em nossas criatividades. Para o estudo, participantes trabalharam em ambientes silenciosos – que registraram sons menores que 50 decibéis –, em ambientes com maior barulho – acima de 85 decibéis – e com som médio – que chegava a 70 decibéis.
O último – em que o silêncio não imperava e nem o barulho era forte demais – foi o que se provou melhor para estimular trabalhos criativos. Este ambiente era justamente um café.
Ter um ambiente com barulho moderado cria uma distração que força as pessoas a pensarem, mas não é alto suficiente para as fazerem perder o foco. "Em vez de ficar batendo cabeça em um quarto silencioso tente achar uma solução que o tire da zona de conforto.
Ache um lugar que tenha um barulho relativo, que seja uma espécie de gatilho para ativar seu cérebro e criar ideias", escreveram os autores do estudo no Journal of Consumer Research.
Caminhe – inclusive durante reuniões
Mark Zuckerberg é conhecido por fazer as walking meetings – reuniões de trabalho enquanto os funcionários caminham. Por trás do hábito, há a ideia de que colocar um pé na frente do outro está ligado ao ato de gerar novas ideias. Pesquisadores de Stanford constaram que fazer reuniões "andando" melhora a criatividade.
O estudo realizou experimentos que quantificam a criatividade em quatro diferentes condições: reuniões a portas fechadas em um trabalho monótono; sentados dentro de um lugar olhando para uma parede vazia; reuniões andando fora do escritório; e reuniões feitas em ambientes abertos. Pesquisadores mediram o "pensamento divergente" dos participantes ou a habilidade deles de gerar novas ideias.
Os níveis de criatividade ficam mais consistentes ou significantes para aqueles que andavam ou sentavam. "Muitas pessoas afirmam, anedoticamente, que têm os melhores resultados enquanto caminham", disse o coautor do estudo, Marily Oppezzo, em entrevista ao Stanford News. "Nós não estamos dizendo que sair andando por aí o tornará um Michelangelo, mas poderá a ajudar a aumentar, sim, os níveis de criatividade."