A inadimplência do consumidor voltou a subir com força entre abril e maio, sinalizando que a capacidade de consumo das famílias brasileiras continua comprometida. Dois indicadores de entidades privadas mostram que o atraso de pagamentos atingiu, em maio, nível recorde. Ao mesmo tempo, a demanda por crédito, voltou a crescer, principalmente entre as camadas de menor renda. Os dois movimentos, atrasos e demanda por crédito coincidem com os anúncios de redução de juros por parte dos bancos e os cortes no IPI em veículos, linhas branca, móveis e outros produtos.
O consumidor continua com um gargalo no orçamento. Isso está relacionado à inflação e à alta carga tributária, que comeu parte da renda. Famílias estão usando o crédito de curto prazo, como cheque especial e cartão de crédito, para financiar o aumento de despesas. As contas não fecham e o consumidor acaba tomando um crédito caro, que dificulta ainda mais sua situação financeira.