Os resultados de uma pesquisa sobre educação financeira no Brasil liderada pelo Banco Mundial, mostram que aulas sobre poupança e orçamento doméstico nas escolas funcionam. A pesquisa avaliou um projeto-piloto do governo brasileiro que levou a alunos da rede pública de ensino em seis estados conceitos de finanças pessoais. Entre agosto de 2010 e dezembro de 2011, os jovens receberam materiais didáticos e tiveram aulas sobre o assunto – e seus pais participaram de algumas atividades.
O esforço contribuiu para melhorar várias questões, principalmente a chamada “proficiência financeira” dos jovens. A nota média dos alunos nos testes sobre o tema aumentou de 50 para 62 (em uma escala de 0 a 100). A mudança também aconteceu em termos de comportamento. Eles aumentaram a intenção de poupar, incrementaram a autonomia quanto às suas decisões de consumo, passaram a participar mais da vida financeira doméstica e demonstraram maior disposição para negociar o preço e o meio de pagamento ao realizar compras.
Os resultados são importantes em razão do potencial e da abrangência do projeto. Ele faz parte da Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef) do governo federal. O projeto também tem relevância diante da falta de preparação brasileira para lidar com questões financeiras. Uma pesquisa de 2008 do Instituto Data Popular mostrou que 82% dos consumidores no Brasil não sabiam dizer a taxa de juros dos empréstimos que contratavam nos bancos e financeiras.