O ensino da letra cursiva (de mão) será opcional em Indiana EUA e deverá ser banido definitivamente nos próximos anos.
A decisão deve ser seguida por mais de 40 Estados americanos que também consideram esta forma de escrever como ultrapassada. Na avaliação deles, é mais importante se concentrar no aprendizado das letras bastão (de forma).
O argumento dos defensores desta lei, que provocou polêmica nos Estados Unidos, é de que hoje as crianças praticamente não necessitam mais escrever as letras com caneta ou lápis no papel.
Seria mais importante elas aprenderem a digitar mais rapidamente, já que quase toda a comunicação acontece por letras de forma nos celulares e computadores.
Os opositores, além de levar em conta a tradição, dizem que a letra representa em parte a personalidade das pessoas, especialmente nas assinaturas, e também permite que sejam lidos documentos históricos, como a declaração de independência dos Estados Unidos.
No Brasil, principalmente na última década, há uma nova metodologia no ensino da letra cursiva, mas não seu abandono nas escolas.
“Não conheço escola que não a utilize mais”, afirma Fernanda Gimenes, diretora pedagógica da área de português do colégio bilíngue Playpen.
“Ela perdeu a prioridade. Antes, o aluno era alfabetizado na cursiva.
Hoje, mais do que ensinar uma técnica, queremos desenvolver habilidades de leitura e escrita. No Playpen (São Paulo), os alunos utilizam a letra bastão (de forma) até por volta do 2.º ano do ensino médio fundamental, quando a criança com cerca de oito anos já consegue produzir pequenos textos e ler com interpretação e significado. Só depois é que a letra cursiva é introduzida, sem o uso do caderno de caligrafia. Pais decepcionados com o aprendizado dos filhos poderiam dizer que tudo não passa de um debate bizantino sobre se é melhor tentar decifrar garranchos escritos com letra de médico ou torpedos criptografados numa novilíngua que aboliu as vogais.
De qualquer forma, as opiniões se dividem também entre os educadores brasileiros quando se discute a validade de um abandono do ensino da escrita em cursivo.