Revista O Empresário / Número 151 · Fevereiro de 2011
As brasileiras estão entre as mulheres que mais gastam com produtos de beleza no mundo. Mas a maior empresa de cosméticos do mundo, a francesa L’Oreal SA, ainda tropeça por aqui. O motivo: as brasileiras, estejam elas nas margens do Amazonas, nas favelas de São Paulo ou nos ricos bairros na praia do Rio, estão acostumadas a comprar seu creme facial e rímel de representantes que vão à porta, não das lojas onde as marcas da L’Oreal são vendidas.
A L’Oreal não está interessada no modelo de venda direta, mas sua nova estratégia copia elementos dela com o uso de consultoras pessoais de beleza nas lojas de departamento. “Nossa maior aposta aqui é conseguir criar um negócio de cosméticos do zero”, disse Jean Paul Agon,o diretor e presidente da L’Oreal. Não será fácil vencer a vasta rede de vendas diretas no Brasil – convencer as mulheres a mudar seus hábitos de consumo.
Os concorrentes que usam o método porta a porta têm um vigor surpreendente, com as duas maiores empresas do setor no país abocanhando 50% de todas as vendas de cosméticos com cores e 42% das de produtos para a pele. A Natura Cosméticos, a líder do mercado em produtos de beleza e cuidados pessoais, emprega mais de 1 milhão de vendedores no país inteiro.
A venda porta a porta não é apenas um empreendimento comercial no Brasil. É uma tradição antiga que elevou milhões de brasileiras para a classe média. Cerca de 2,5 milhões de mulheres, de uma população economicamente ativa de 42 milhões, ganham a vida com vendas diretas.